sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

sábado, 20 de novembro de 2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

mutter.



[...]

chegando exausto em casa, depois da partida de futebol, vê sua mãe e pergunta se algo aconteceu. Ela parece meio triste. Como se tivesse perdido alguma coisa. Então, ele descobre que seu irmão faria quinze anos naquele dia.

H2O

a água que corre
que traz vida
que vem com a esperança
que mata a sede
perpetua a vida

a água cara
que é jogada fora
que muitos não ligam
mas um dia a pedirão
como esmola

a água que custa caro
que é motivo de guerra
derrama vidas

a água que muitos não ligam
mas um dia a falta dela sentirão
e aí pode ser tarde
não vai nascer no momento da sede
a vida não vira a molhar a face de todos
só a de poucos

e a guerra continuará a fazer rios
rios de sangue.

Maria vai depressa.

E logo a essa hora do dia.
Ultimamente ela tá estranha.
Maria saiu depressa. Mas logo Maria?
Onde será que ela vai com tanta pressa?
Zé da feira observa. Sabe algo importante aconteceu.
Ãn?? Perguntou o jovem ajudante da quitanda.
Ora, não é nada que nos diz respeito. Somente a Maria.





terça-feira, 16 de novembro de 2010

No consultório

-Então, doutora, é ar preso?
-Não, é câncer.

EG

 [...]

- E foi assim que eu parei.

Dois minutos depois, outro cara:

- Tô aqui por causa de minha mulher. Das mulheres que comi e que me largaram. As que larguei, enfim. Toda vez que tô na merda saí alguma coisa. Merda ou alguma coisa que preste. Na maioria das vezes é alguma coisa que presta que considero como merda. Mulher vai e vem e o álcool acaba se tornando seu melhor amigo, psicólogo e tudo mais. O cigarro é o companheiro pra todas as horas. Ele e o álcool. Mas voltando: Mulher vai e vem e acabei começando a escrever. Viciei. Vício assim como o álcool e o cigarro. Mas a arte de escrever não se encontra nos botecos da esquina, no bolso do paletó de algum sacana. Nããão. E hoje que não tenho mais mulheres não fico mais na merda. Não escrevo mais. Foi assim que parei.

- Então, a sessão dos Escritores de Gaveta fica por aqui.  Até a próxima quinta.

sábado, 6 de novembro de 2010

rs

torcedores do Bahia falam tanto em tri-co-lor. Mas quando é perguntado as cores do time respondem, na maioria das vezes, quase sempre, azul e vermelho. Dessa forma o Baêa - como de fato é chamado - é bicolor.
rs

!-

 Modernizar o passado.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Trimmm

Fazia o relógio todas as manhãs. Ele então acordava, preparava seu banho, café. Deixava as roupas prontas na noite anterior. Após o banho fumava e tomava café. Eram três, quatro cigarros em menos de meia hora. E toda manhã, ao acordar, era assim.
Tirava o carro da garagem e na esquina mais cinco cigarros eram fumados. Antes do almoço mais três. Após o almoço mais três. E nesse modo seguia.
Durante a tarde era um cigarro a cada 15 minutos. Toda tarde.
No entardecer até a queda da noite e o banho e o jantar e o café e até pegar no sono se iam um maço.
E assim ia fumando. Todo dia.
Mas numa manhã de quinta o despertador do relógio tocou. A roupa estava pronta e o banho e o café. O carro estacionado na garagem. Os cigarros estavam sobre o criado mudo.
O despertador parou de soar. O tempo passou e continuou a passar.
Mas nos dias seguintes a roupa não seria mais utilizada, assim como o banho e o café e os cigarros. Não tinham mais precisão.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Na janela

Ela olhava
O vento assoprava de leve os cabelos
Lá de cima via os carros pequeninos passarem
De repente: tbaf!
Mais um carro a caminho do seguro.

sábado, 30 de outubro de 2010

A F R O






Sem esse sonho americano

Sem a maquiagem na face

Lábios grossos, nariz largo

Traço negro! Orgulho Negro!

Oprimido Discriminado

Lutando contra a correnteza opressora

Essa luta não é de agora

Vem dos séculos passados.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

| Pensador Africano |

Mão na cabeça para pensar.
O que dará de comer ao filho quando ele acordar?
E para almoçar? É necessário se alimentar.
Não dá. Piora quando ninguém incentiva.

Patrão server para desvalorizar o trabalho, atrasar salário e, sempre que pode, sacaniar.
A pergunta é única: como mudar?
A resposta é simples: Estudar, unir, lutar!

A mão na cabeça deixará de ser referente à preocupação. Agora será referência à produção.
Conhecimento, mudança, pão!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

É sério

Mas existe uma diferença.
                                    
 


                                      Seja cafajeste. 

                                                    




                                                                        



                                                                               Canalha não.

Bêbados


              Criaturas divertidas, mas não aqueles idiotas que acham que a solução virá depois de cada copo.
              Música brega toca no rádio. O cara ainda tem consciência. Acha todo aquele som ridículo. Uma hora e meia depois e o sujeito tá atracado com a quenga mais feia do bar, se derretendo.
             Depois de algumas garrafas não se sabe mais onde é realidade. A cabeça pesa e tudo fica bom.
            Não quero saber dos problemas do vizinho.  
            O álcool é um paliativo para uma boa parcela de problemas.



Mulheres


Neste blog, de gaveta, será dito, ao meu ver, o que todos sabem:





Mulheres são lindas de qualquer forma. Gordinhas e altas e magras e baixas. Não importa a tonalidade do cabelo ou a cor da pele.
São vaidosas, algumas nem tanto. Enchem-se de orgulho quando são elogiadas por mais que tentem ser humildes. Seus sorrisos e esmaltes pra unhas. O creme pra pele e a maquiagem. A roupa combinando: desde a forma que se penteia o cabelo até o sapato que vai ser utilizado.
Mulheres precisam de atenção, mudam de humor por determinação da natureza e não tente entendê-las. Um arsenal de adjetivos de capacidade suficiente de enganar o coitado do inimigo.

Diga novas coisas!

Quero um dia poder mudar o discurso
De que a educação pública é fraca
Todos nós, principalmente os negros, temos que estudar incessantemente

Parar de dizer aos jovens para ter cuidado com a violência
Ter cuidado com as drogas
Que o poder público não dá a mínima para os direitos da população pobre

Para ter cuidado com a polícia
Ter cuidado com o candidato que elege
Pra sair cedo, pois o transporte público é de má qualidade
Com o horário ao voltar pra casa

Mas pra mudar o discurso temos que fazer uma ação decisiva
Escolher melhor nosso futuro
Conhecer melhor nossos candidatos
Cobrar deles e que faça o devido, pois a função de todos eles é nos servir

Pra podermos um dia mudar o discurso
Temos que votar certo. Essa ação rápida mas que pode levar a um futuro majoritariamente trágico.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Caro Pedro

Meu amigo Pedro,
Hoje é o dia de minha morte, e por mais que queira evitar, sinto que não consigo.Peço-te que, com essa carta, conforte os meus familiares.De que não tenho medo do que pode me acontecer. Essa estádia de 42 anos ao lado de vocês foi incrível. Se, aqui nesta carta, fosse colocar tudo o que sorrimos, bebemos, choramos, fudemos e fumamos belos bairros durante a noite faltaria celulose no país. A maior inquietação que tenho é que irei morrer sem ter um sacaninha, um filho. Uma criança que, de certa forma, daria continuidade à minha obra, aos meus projetos. Embora, tenho a plena certeza de que por um acaso o tivesse com uma que servisse no papel desempenhado, raramente estaria presente. E mesmo quando estivesse estaria bêbado ou drogado. Um paradoxo.
As putas que chorarem no meu velório, Pedro, peço que você retire-as a tapas e pontapés. Nunca consegui comer uma sequer de graça, mesmo quando tinha comida certa em algum lugar da cidade. Venda meu carro. Não compre caixão. Aliás, compre! Mas um que seja bem fuleiro. Com o dinheiro da venda do carro tire uma parte para fazer uma noitada. Outra parte compre uísque. Black Label, se possível. 10 caixas de Black Label, isso!
Uma garrafa ofereça a Dionísio, o mestre. Quatro caixas do mel divino para os antecedentes do enterro.
Mas morrer e ser enterrado me causa intriga, um pavor. Faça o seguinte, Pedro: as seis caixas restantes, que iria lhe pedir para oferecer na porta do AA, - o que seria lindo - jogue em meu corpo e queime! Se for para morrer, então que eu me foda de vez!